2025: Um ano promissor para o agro de Mato Grosso do Sul
Crescimento sustentável e perspectivas promissoras, avalia o Sindicato Rural de Campo Grande. Depois das intempéries, as boas safras. Esse poderia ser o lema ...
Crescimento sustentável e perspectivas promissoras, avalia o Sindicato Rural de Campo Grande. Depois das intempéries, as boas safras. Esse poderia ser o lema do agronegócio de Mato Grosso do Sul em 2025. Segundo o Sindicato Rural de Campo Grande, Rochedo e Corguinho - SRCG, o ano de 2024 foi marcado por desafios para o produtor rural, mas também trouxe sinais de recuperação que despertam um otimismo cauteloso para as safras que se desenvolvem neste novo ano. Sob o peso de uma conjuntura econômica herdada de 2023, que incluiu problemas climáticos, quebra de produtividade e desvalorização de grãos no mercado internacional, o setor agropecuário enfrentou um dos períodos mais críticos de sua história recente. “No entanto, iniciamos 2025 com perspectivas mais favoráveis. Impulsionados pela resiliência dos produtores, pelos avanços tecnológicos e por um crescente compromisso com a sustentabilidade, os principais segmentos agropecuários do estado caminham para consolidar a recuperação e criar novas oportunidades”, destaca o presidente do SRCG, Alessandro Coelho. “Nosso agro está preparado para crescer de forma sustentável, aproveitando as boas perspectivas de mercado e a estruturação do setor. A união entre produtores, cooperativas e o fortalecimento das políticas públicas são nossos alicerces para avançarmos a cada safra. Com crescimento consolidado e uma visão estratégica, será, sem dúvidas, um ano de grandes conquistas para o agronegócio sul-mato-grossense”, ressalta Coelho. Para o economista do Sindicato Rural de Campo Grande, Staney Barbosa, a lição de 2024 é clara: "Não é momento de grandes apostas, mas de cautela. Precisamos ponderar os riscos e manter o foco em nossa missão de produzir alimentos e gerar qualidade de vida para a população. Com desafios tradicionais e novos no horizonte, 2025 promete exigir planejamento estratégico e resiliência dos produtores, que seguem como pilares da economia e do desenvolvimento regional. Após esses desafios, os produtores precisam aproveitar o cenário de recuperação, mas sempre atentos às condições de mercado e à gestão eficaz”, orienta Barbosa. Soja. Divulgação. Soja e Milho O mercado de grãos, um dos pilares do agronegócio sul-mato-grossense, entra em 2025 com a promessa de melhores resultados. A safra 2024/2025 deve ser marcada por condições climáticas mais favoráveis e pela esperada valorização da soja. Mesmo com os desafios, o setor agrícola do estado segue mostrando resiliência. Para o presidente da Aprosoja/MS, Jorge Michelc, os agricultores sul-mato-grossenses têm demonstrado capacidade de superação e adaptação. “O agro de Mato Grosso do Sul é forte. Vamos continuar enfrentando as adversidades e trabalhando para transformar dificuldades em oportunidades. O produtor está otimista, ainda que com cautela. A demanda internacional por soja deve crescer, e isso pode começar a reverter a tendência de queda nos preços que vimos nos últimos anos. O preço da saca de soja, atualmente em R$117,14, pode oscilar entre R$115,00 e R$130,00 na próxima safra, dependendo das condições do mercado internacional.” No caso do milho, a expectativa também é de preços firmes, graças à manutenção do consumo interno. “Apesar da redução nas exportações, o interesse do mercado doméstico deve sustentar os valores, o que é um alívio para os produtores”, comentou. Suínos SRCG. Assessoria. Suínos As perspectivas para os suinocultores de Mato Grosso do Sul em 2025 são animadoras. O mercado atravessa um momento de estabilidade, com preços do suíno, especialmente para os produtores independentes, em patamares que garantem boa remuneração. Essa condição representa uma recuperação após períodos de dificuldades marcados por oscilações severas no setor. Agora, com os valores em alta, os produtores têm a oportunidade de quitar dívidas e realizar investimentos, trazendo maior segurança para o planejamento futuro. A projeção, segundo o presidente da Asumas, Renato Spera, é de um crescimento de 20% na produção estadual. A combinação de preços remuneradores e fortalecimento estrutural, como avanços na defesa sanitária e expansão de cooperativas, sustenta essa perspectiva positiva. “Estamos confiantes de que 2025 será um marco para a suinocultura no estado. A combinação de preços favoráveis e avanços estruturais nos permite mirar patamares ainda mais elevados. Estamos nos preparando há anos para fortalecer a suinocultura. Avanços significativos foram registrados em áreas como defesa sanitária, infraestrutura física e organização do setor. O estado também aprimorou seus relacionamentos institucionais e de políticas públicas, criando um ambiente favorável para a expansão da produção”, destaca o presidente da entidade. Quanto ao preço dos insumos, a previsão é de estabilidade, com pequenas oscilações. “Os preços tendem a permanecer em níveis semelhantes aos atuais, salvo eventos climáticos ou econômicos inesperados. O comportamento do dólar será um fator determinante para os custos de produção e para o mercado de commodities”, explicou. Com um investimento de mais de R$ 50 milhões, outro fator impactante para fortalecer a posição do setor foi a inauguração da primeira Unidade de Disseminação de Genes (UDG) no estado, da Agroceres PIC, marcando um marco estratégico para o desenvolvimento da produção suína na região. A unidade tem como objetivo elevar a eficiência e a qualidade da produção, além de atender à crescente demanda do mercado nacional e internacional. Pecuária de Corte Leite Mesmo em um cenário competitivo, a carne bovina segue como um dos grandes destaques do agronegócio estadual. A reabertura de mercados como China e União Europeia promete impulsionar as exportações, que devem atingir 2,4 milhões de toneladas, um aumento de 8% em relação a 2024, conforme dados da Abrafrigo. E apesar da valorização da proteína, há projeções para o ano que se inicia que possíveis quedas, mas tudo dependerá do desempenho do mercado. O mercado de leite apresentou comportamento positivo ao longo do ano, com altas mensais consistentes que superaram 7%, permitindo a recomposição de margens para pequenos e médios produtores, chegando a valores pouco vistos no país, na casa dos R$3,00 por litro, pago ao produtor. No entanto, o aumento no preço dos grãos e a normalização das chuvas em 2025 podem elevar a oferta de leite, pressionando os preços. Setor florestal Mato Grosso do Sul mantém seu status de destaque como maior produtor e exportador de celulose no Brasil, graças à ampla expansão das áreas de cultivo de eucalipto e à instalação de indústrias de grande porte no setor. A possível oficialização da fábrica da Bracell, poderá ser a notícia do setor florestal em 2025. Ainda que não oficial, a possível instalação pode impulsionar ainda mais a economia local, gerando novos empregos e consolidando a posição estratégica do estado no mercado global de celulose. E ainda, o projeto reforça o potencial do estado em atrair investimentos significativos, mantendo sua relevância no cenário nacional e internacional da indústria florestal.